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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Geração Coca-Cola versus geração Mamonas Assassinas

Em 1985, completei 18 anos de idade. Nessa época o mundo fervilhava com os movimentos Live Aid e USA for África. Comprávamos os discos e singles e nos sentíamos regogizados com a chance de estar salvando da fome milhares de etíopes. Como aquele sentimento era bom! Preenchia nosso peito saber que pessoas necessitadas estavam sendo ajudadas. Sentíamos como se todos no planeta fossem irmãos e finalmente nos uníamos em torno de um bem maior.
Mas não sei o que deu de errado, por que o movimento e o sentimento não perduraram. Parece que a futilidade dos anos 80 tomou conta de todos e passamos a achar mais importante nos preocuparmos com nós mesmos.
O acidente de Chernobyl pode ter influenciado inconscientemente a humanidade que, de repente, se deu conta de que a energia nuclear oferecia riscos muito sérios. De repente, o mundo se tornou inapto à nossa sobrevivência e passamos a temer nosso extermínio.
A queda do muro de Berlim deveria ter contrabalanceado esse sentimento, mas ficamos mais preocupados em mostrar às outras pessoas do outro lado do muro as futilidades do progresso ocidental sem nos preocuparmos se eles tinham alguma coisa a oferecer à nós.
E tinham. Ao contrário dos médicos ocidentais que gastavam fortunas desenvolvendo novos antibióticos para combater as bactérias que ficavam cada mais resistentes, na Geórgia, antigo país da União Soviética, as bactérias eram combatidas com os vírus bacteriófagos. Infelizmente, não demos a devida atenção à um exemplo desse e hoje lutamos contra as super bactérias, enquanto aquele método natural foi praticamente esquecido.
Não podemos também de deixar de falar da epidemia de AIDS, que virou um fantasma a assombrar os relacionamentos amorosos.
O fruto de tudo ido pode ser visto nas crianças e adolescentes de hoje em dia. Filhos de pais desiludidos coma vida, trabalhadores sem tempo para seus filhos, feliz que a TV mantém as crianças entretidas e em assistir as novelas, se isolando dos problemas pessoais.
Afinal, se as crianças de hoje são os adultos de amanhã, que amanhã é esse que teremos?
Nossos pais de alguma forma participaram ou foram influenciados pelos movimentos
Hippie, o Live Aid, e outros. Mas porque seus filhos não foram influenciados pelo mesmo sentimento? Será que não existem movimentos mundiais que estimulem o jovem a lutar por um mundo melhor? Será que o que está valendo agora é “Cansei... Não vou mais lutar...”?
As crianças e adolescentes de hoje em dia estão sendo educados de maneira muito diferente da nossa. Em geral, são muito protegidos ou totalmente abandonados. Ao chegarem à escola, ganham tudo, de material a uniforme, até o 3º ano colegial. Desta maneira, estamos fazendo mal a essas crianças, por que elas estão crescendo sem saber lutar pelos seus bens e direitos e pela sua vida. Procuramos tanto não preocupa-las que passamos a linha do bom senso e hoje elas só pensam em brincar e namorar.
Como será que vai ser quando elas chegarem a uma faculdade, onde você tem que ir atrás de tudo sozinho? Acho que a resposta é óbvia!
Do jeito que as coisas estão indo, a geração “Coca-Cola” cedeu lugar à geração “Mamonas Assassinas” e tudo agora é “da hora”.

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